O que realmente é Tantra?

Conheça a Terapia Tântrica e transforme sua vida sexual

Tantra não tem nada haver com sexo 

Falar sobre a Terapia Tântrica ainda hoje é um desafio em vários aspectos,
pois é um termo permeado de definições errôneas e preconceituosas.

É comum observar a veiculação do tema de forma midiática atrelando-o ao Sexo de maneira perjurativa (prostituição) porém, tal alusão não vêm seguidas de um conteúdo elucidativo do que é a Filosofia Tântrica.

Atribui-se a isto a insuficiência de obras publicadas e pesquisas sobre a herança do Tantra, cujo resultado é a visão reducionista de que o Tantra seria sinônimo de sexo.
(FEUERSTEIN, 2006)

Tantra não tem nada haver com prostituição

Infelizmente, muitas pessoas ainda confundem Tantra com práticas sexuais comercializadas, mas isso é um grande equívoco.

O verdadeiro Tantra é uma filosofia milenar que promove o autoconhecimento, a cura emocional e a expansão da consciência por meio da conexão entre corpo, mente e energia. Ele ensina a viver o prazer com presença, respeito e amor — sem performance, sem pressa e sem pornografia.

Tantra não é sobre vender o corpo, mas sobre honrar o corpo como um templo sagrado.


Não é sobre sexo, mas sobre desenvolvimento da sexualidade (em termos energéticos) com consciência.
É um caminho de transformação profunda, que nada tem a ver com exploração sexual.

Aspectos Filosóficos

O que é Tantra?

Tantra é uma tradição altamente complexa, pois é uma filosofia muito antiga, originada na Índia. A palavra Tantra é formada por duas bases acústicas: “Tan” e “Tra”. O “Tan” tem sentido de expansão e o “Tra” de libertação, designação que tem suas bases em alguns fatores históricos.

Esta filosofia comportamental foi bruscamente reprimida na Índia hinduísta tão fortemente espiritualizada durante o período medieval. Valendo-se de alguns significados e formas de interpretações, tais como trama, rede ou teia, o Tantra mostra a ideia de fios entrelaçados, formando assim um todo. Simboliza a imagem de que todas as coisas estão conectadas no universo, unidas por um fio invisível que forma esse encontro íntimo de todas as coisas.

O Tantra pode ser compreendido mais acertadamente, como algo que é regulado por regras gerais.

O Tantra é uma filosofia comportamental de características matriarcais, sensoriais e desrepressoras, e seus abundantes significados estão voltados a
esse fundamento (SANTOS, 2003).

Tantra como Filosofia Comportamental

Feuerstein (2006) enfatiza que, de acordo com toda filosofia, o Tantra igualmente é a busca pela verdade, todavia, ao contrário das filosofias
ocidentais, esta busca pela verdade é um método para que o homem encontre
a si mesmo e não um acesso para a libertação ou salvação.

Osho (1995) traz
luz a esta teoria, evidenciando que a verdade está no íntimo de cada pessoa e é identificada por meio do processo de autoaceitação e autoconhecimento.
Assim sendo, para Osho o sujeito torna-se capacitado para atingir a liberdade em um diferente plano de existência, ou melhor, para existir para si próprio. Isto ultrapassa a noção religiosa que introduz na sociedade o entendimento de que a liberdade só é atingida depois da morte física, uma vez
que é algo reservado para o espírito.


Neste entendimento, o Tantra é uma filosofia que privilegia o respeito, o amor, a compaixão, a libertação de padrões que são condicionantes a aceitação.

Objetivo do Terapia Tântrica

No Tantra, todos os ensinamentos práticos têm como
alvo a evolução espiritual. O ponto central é modificar a forma que se enxerga a realidade, mediante as práticas que podem fazer uso daquilo que desperta sensações intensas e emoções.

A prática tem por objetivo o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, mental e espiritual.

O Tantra é frequentemente associado à sexualidade devido à sua ênfase no corpo e na energia sexual como ferramentas para a realização espiritual.

Aspectos Teóricos, Psicológicos e Fisiológicos 

Entendendo a Prática Tântrica

Muitas pessoas ligam a palavra “Tantra” à prática sexual, mas na realidade o Tantra é uma filosofia comportamental. Na cultura indiana, Tantra é conjunto de escrituras de autores desconhecidos, que datam a partir do século VII. Esses livros abordam, sim, a sexualidade, mas também falam de cultura, saúde, alimentação, espiritualidade e do conceito do que é moral. O objetivo da Filosofia Tântrica é o desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual.

As duas principais divindades no Tantrismo são Shiva e Shakti. Shiva é o masculino, representa a consciência universal e o espírito. Shakti é a feminina, símbolo da matéria e da pulsão criadora. O objetivo das Práticas Tântricas — que incluem técnicas respiratórias, dietas específicas, meditação, massagem etc — é desenvolver a energia da pessoa para unir Shiva a Shakti (energia masculina e feminina que todos temos dentro de nós).

Dessa forma, o ser humano tem de ascender através e por meio de seu corpo, e não o rejeitando. Ou seja, a Filosofia Tântrica não vê o corpo como uma oposição ao espírito, mas sim parte da expressão divina. Por exemplo, a coluna vertebral, no Tantrismo, é o caminho pelo qual a energia da Kundalini — a energia que se instala no corpo humano no momento do nascimento — irá percorrer, da base da coluna até o cérebro, passando pelos Chakras. Essa ascensão da energia é vista como parte da evolução espiritual.

Tantra e sexualidade

Ao contrário de muitas tradições religiosas e culturais que reprimem ou ignoram a sexualidade, o Tantra a reconhece como uma poderosa fonte de energia vital e transformação interior. E essa visão encontra respaldo em diversas áreas da ciência contemporânea, especialmente na Neurociência, Psicologia e Fisiologia humana.
Do ponto de vista fisiológico, a excitação sexual envolve a ativação do sistema nervoso parassimpático, responsável por estados de relaxamento, regeneração e prazer.

Quando uma pessoa se permite vivenciar sua sexualidade com consciência e presença, há uma liberação de neurotransmissores como dopamina, serotonina, ocitocina e endorfinas, que promovem bem-estar, conexão emocional e redução do estresse.

O Tantra utiliza essas respostas neuroquímicas de forma intencional para curar bloqueios emocionais, fortalecer vínculos afetivos e expandir estados de consciência. O orgasmo, por exemplo, é visto como uma forma de “meditação ativa”, em que o ego se dissolve temporariamente e a pessoa experimenta estados ampliados de presença e unidade.

Corpo e mente integrados pela sexualidade

A Psicologia Corporal (Whillhem Reich) e abordagens afins como a Bioenergética (Alexander Lowen) e Biodinâmica (Guerda Boysen) mostram que muitos bloqueios emocionais se armazenam no corpo, especialmente nas regiões pélvicas.

O Tantra trabalha com práticas de respiração, toque consciente e movimento para desbloquear essas tensões, restaurando o fluxo energético do corpo — algo que a Medicina Integrativa também começa a estudar com mais profundidade.

Além disso, a Terapia Sexual e a Psicologia Moderna reconhecem que a repressão da sexualidade pode gerar disfunções (como anorgasmia, vaginismo, ejaculação precoce ou disfunção erétil, etc) que muitas vezes têm causas emocionais ou traumas inconscientes. O Tantra, ao trazer um olhar compassivo, não performático e livre de julgamentos para o corpo, contribui para o resgate da autoestima, do prazer e da intimidade.

Neurociência, atenção plena e sexualidade

Estudos em Neurociência têm demonstrado que práticas de atenção plena (Mindfulness) durante o ato sexual aumentam a satisfação, reduzem a ansiedade de desempenho e fortalecem conexões emocionais.

O Tantra ensina a trazer presença total para o momento do toque, do olhar, da respiração e da união sexual — o que, do ponto de vista cerebral, ativa circuitos associados ao prazer, à empatia e à conexão interpessoal (como o córtex pré-frontal, a ínsula e o sistema límbico).
Assim, o desenvolvimento da sexualidade no Tantra não é apenas sobre prazer físico, mas sobre autoconhecimento, cura emocional e expansão da consciência.

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